domingo, 18 de maio de 2008

Conferência sobre futebol junta vedetas de Lordelo

“O desporto é sempre um tema que atrai as pessoas, sobretudo quando se tem o privilégio de ter atletas da terra de grande valor, como é o caso de Lordelo” (Francisco Leal)

A Fundação A Lord reuniu, na última sexta-feira, no seu auditório quatro filhos de Lordelo e figuras destacadas do desporto nacional, a que se juntou o moderador José Neto. Os treinadores José Mota e Jaime Pacheco, o árbitro internacional Jorge Sousa e o futebolista Mário Sérgio – concentrado no estágio do Porto para a final da Taça, Rui Barros não pôde comparecer – integraram o painel convidado a falar sobre “Futebol: um jogo solidário”, título oficial da iniciativa, e solitário, conforme constava na brochura.

Solitário(s)
Este pequeno lapso serviu de mote a vários dos presentes, que reclamaram a ideia para as funções que desempenham. “O treinador é o homem mais solitário no jogo (Jaime Pacheco) e a profissão é extremamente ingrata, não a desejando a ninguém nos momentos difíceis (José Mota)”. Sustentando esta ideia, o treinador do Boavista falou da “dependência dos jogadores” e da importância da “gestão dos recursos humanos”, sobretudo nos momentos difíceis, aproveitando para reclamar o título de “campeões da dignidade”; já o ex-treinador do Paços de Ferreira recordou a “situação dramática de Leiria, lembrando que “no fim a única pessoa que tentou confortar a equipa foi o treinador”.
O internacional Jorge Sousa ripostou ao lembrar que “os árbitros são os patinhos feios e os únicos a quem não existe praticamente margem para errar”. E provocou mesmo as gargalhadas nos presentes ao afirmar: “Num campo de futebol nunca tenho um adepto ou alguém que esteja a torcer por mim”.
No colóquio evidenciou-se ainda o papel solidário do jogo e dos seus agentes. O mestre e moderador José Neto testemunhou as funções dos intérpretes do jogo (jogador), dos “conciliadores de atitudes” (treinadores) e daqueles que “ouvem e falam o que os outros não conseguem ouvir ou falar” (árbitros). Destacou o trabalho, a competência, os caminhos da dificuldade e solidariedade ou a aplicação das regras como meios de preparação para a vida, o crescimento individual e o sucesso.


Espaço para todos
Relataram-se ainda experiências e debateram-se algumas relações, como a que envolve treinadores, jogadores e árbitros, incluindo um pedido de desculpas público de Jaime Pacheco a Jorge Sousa. Mas todos, sem excepção, elogiaram a iniciativa e a qualidade do auditório, outrora espaço de peladas na infância, como lembrou emocionado Jaime Pacheco.O presidente da Fundação Francisco Leal justificou esta acção, a primeira depois da inauguração do equipamento, com “a necessidade de fazer sentir às pessoas que este é um auditório para a população de Lordelo”.

O que eles disseram:
“Só no dicionário é que o sucesso vem antes do trabalho”-José Neto

Tenho pena do Paços – a quem devo muito – e do meu amigo Mota pela descida, mas oxalá, como compreendem, que o clube não fique na I Liga”-Jaime Pacheco

“Joguei no Porto e no Sporting e nunca fui expulso; quando fui para o Setúbal, vi o vermelho por uma palavra vulgar na região”-Jaime Pacheco

“O José Mota fez muito por mim; até boleia me dava para os treinos”-Mário Sérgio

“Vi coisas no túnel das Antas feitas por José Mourinho que se fosse o José Mota a fazer seria irradiado”-José Mota

“Há jogadores que se julgam carros de alta cilindrada, mas, nesses casos, armo-me em camião e arrumo com eles”-Jorge Sousa

0 comentários:

 
© 2007 Template feito por Templates para Você