segunda-feira, 5 de abril de 2010

Centros de Saúde transformados em USF's

Os centros de saúde de Rebordosa e Lordelo vão ser transformados em unidades de saúde familiares (USF). Esta medida ainda não tem um prazo definido para ser implantada, mas deverá ser concretizada ao longo deste ano.
A novidade saiu da reunião entre o Movimento de Utentes dos Serviços de Saúde de Lordelo e Rebordosa (MUSS-L/R) e o Agrupamento dos Centros de Saúde Tâmega II - Vale de Sousa Sul, que decorreu na semana passada.

No final deste encontro, os representantes do Movimento mostraram-se satisfeitos com os melhoramentos introduzidos desde que a falta de médicos de família em Lordelo foi denunciada em vários jornais.

Na reunião, que contou com a presença de três elementos do MUSS-L/R, da directora do Agrupamento, Fátima Gonçalves, e do presidente do Conselho Clínico, Baptista Pereira, foram discutidos várias temáticas relacionadas com a saúde nestas duas cidades de Paredes.

No entanto, entre as principais conclusões, destaca Miguel Correia do MUSS-L/R, está o facto de os centros de saúde de Lordelo e Rebordosa passarem a funcionar como USF's. "Segundo os responsáveis do Agrupamento, os centros de saúde estão em condições de serem transformados em USF's. No entanto, essa é uma medida que será para ser concretizada ao longo do ano. O próximo passo vai ser escolher a equipa", revela Miguel Correia.

Antes disso já deverão estar em funcionamento as novas instalações do centro de saúde de Rebordosa, cujo atraso na abertura já provocou trocas de acusações entre PSD e o actual executivo da Junta de Freguesia. "Disseram-nos que a abertura do centro de saúde está para muito breve. Depende apenas das ligações da Portugal Telecom no interior", afirma.

Outro tema em foco na reunião da semana passada foi o número de utentes sem médico de família. E, no que a isto diz respeito, Fátima Gonçalves e Baptista Pereira defenderam que a recente contratação de médicos, mesmo sem ser com horário completo, está a suprimir lacunas antigas. Segundo foi transmitido aos responsáveis pelo MUSS-L/R, os novos médicos responderam, na totalidade, às necessidades de Rebordosa. Já Lordelo continua com 3600 utentes sem médico de família. "O panorama está ligeiramente melhor do que há umas semanas. A evolução tem sido positivo", admite Miguel Correia. Mesmo assim, o MUSS-L/R mantém algumas reservas até "que as promessas sejam cumpridas".

O presidente da Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-N) afirmou que Paredes e Penafiel, mas também Amarante e Marco de Canaveses são os concelhos nos quais é mais difícil colocar médicos.

As declarações de Fernando Araújo foram feitas ao jornal "Público", no âmbito de uma entrevista na qual o responsável defende que as Unidades de Saúde Familiar (USF) são a solução para resolver a falta de clínicos nos centros de saúde.

O líder da ARS-N admite que dez por cento da população da região Norte, ou seja 400 mil utentes, não tem médico de família. E, dentro desta área, os piores concelhos são os de Paredes e Penafiel. "[Os pontos críticos] são Paredes, Penafiel, Amarante, Marco de Canaveses… É uma zona muito complicada. Temos muita dificuldade em convencer colegas a irem para lá", afirmou ao diário.

Segundo Fernando Araújo, nem com uma estratégia de sedução que prevê o pagamento de 750 euros a mais por mês a quem queira prestar serviços nestes concelhos, os médicos aceitam deslocar-se para o Vale do Sousa, sub-região que fica a pouco mais de 20 quilómetros do Porto. "Com urgências e horas extra, os médicos têm capacidade para ir buscar esse dinheiro, se ficarem na cidade", diz o responsável.

Neste contexto, a solução para a ARS-N deverá passar pela criação de USF's, medida que prevê a criação de uma equipa multidisciplinar gerida pelos próprios médicos e enfermeiros e que recebe do Estado conforme a sua produtividade.

O número de internos em formação na região representa, de igual forma, uma esperança para Fernando Araújo que só não é uma certeza devido ao elevado número de pedido de aposentações. "[O Norte] é a região que tem mais internos em formação. Houve uma aposta muito grande e os especialistas estão a começar a sair. Mas coloca-se o problema das aposentações. Com as novas leis, o número de pedidos de aposentação nestes dois meses de 2010 foi igual ao que tivemos no ano passado. Mais de 80 em Fevereiro, por exemplo", pode ler-se no "Público".

Fonte: "Verdadeiro Olhar"

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