domingo, 22 de abril de 2012

“A Alma do Índio” apresentado em Lordelo


Foi perante uma sala cheia e atenta que Lordelo assistiu ao lançamento do livro: “A Alma do Índio, de Charles Alexander Easteman (1858-1939), autor americano, pertencente à tribo Sioux, e que foi criado por brancos e o primeiro índio com formação superior – formou-se em Medicina. A apresentação deste livro esteve a cargo de Joaquim Amândio santos e Júlio Mendes, coordenadores editoriais. 
Coube a Joaquim Amândio Santos abrir o evento, onde começou por abordar alguns aspectos biográficos do autor deste livro: Ohyessa, mais conhecido como Charles A. Eastman, um índio sioux que viveu os seus primeiros 15 anos com a sua avó, onde, com ela, aprendeu a língua e cultura dos Sioux, vindo, mais tarde a ser criado por brancos. Segundo Amândio Santos, esta “ocidentalização” de Eastman, “em nada mudou as suas raízes índias”, destacando o facto de: “Ohyessa ter , brilhantemente, transposto para este livro a verdadeira essência da cultura deste povo tantas vezes ostracizado”; um povo cujo modus vivendi “vai muito além dos filmes de cowboys de série B.” 
 Por sua vez, Júlio Mendes, fez uma breve incursão pela escrita de Eastman, onde este traçou a mudança de uma cultura cujas relações com o ambiente natural era salutar até à entrada em cena do “Homem Branco”, foi gerando conflitos e desconfianças geradas pelos ventos da modernização e introdução de novas ideias materiais e religiosas. Para ilustrar estes ventos de mudança, Júlio Mendes citou uma sucinta, mas sábia, transcrição de um grande orador índio, Casca Vermelha que, numa soberba resposta a um missionário disse: “Também temos uma religião que nos foi dada pelos nossos antepassados, e nos foi legada a nós, seus filhos. Ensina-nos a sermos gratos, a sermos unidos, e a amarmo-nos uns aos outros! Nunca discutimos sobre religião”. 
Finda a apresentação, Bruna Gonçalves, brindou os presentes com um belíssimo tema de fado, intitulado: “Chuva” e o Clube de Teatro da Fundação A LORD, leu alguns excertos deste livro. No final decorreu a habitual sessão de autógrafos acompanhado por um porto-de-honra. Palavra final para Eugénia Gonçalves pela excelente organização e promoção deste evento.

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